segunda-feira, 6 de abril de 2015

Ir embora e voltar

Vem o vento desconcertante, o vento desconhecido.
Vem uma nova vida,dentro de uma nova vida. A represa de sentimentos sobe ao nível máximo e quer vasão, desesperadamente.
Tu se concentras em tantas coisas, mas sabes que a dificuldade é grande.
Quer um novo amor que te deixe marcas indeléveis, que se aproxime como uma surpresa boa, que se abra e seja inteiro amor, amor inteiro.
Repete pra si mesmo pra não ter mais medo nem coragem avassaladora, escreve poemas pra pessoa amada, mas de repente se vê mais ocupada com pequenas coisas e deixa o amor escapar pelo dedos.
O que realmente importa fica em segundo plano. Tu falas de suas preocupações, das suas obrigações, de seu estresse, de sua vontade de agarrar o mundo inteiro, mas esquece que o amor fica, e fica por tempo indeterminado.

O amor é algo vivo, é algo doado. Ele precisa de sentimentos vivos, de novo ânimo, de carinho e comprometimento. O amor é uma luz inventada, que ilumina o caminho pra casa, ou para o colo, como tu queiras chamar...

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Caixa velha


Acompanha-me desde que nasci uma caixa velha retumbante, complexa e por vezes abandonada, lúgubre, e em outras vezes, cheia de sol quando chovia e cheia de chuva quando sorria.
Ela guardou-me muitas lembranças, aguardou-me quando ninguém mais me esperava. Vinha se comunicando de diversas formas comigo, apontando-me um sentimento aqui, outro acolá. Repetidas cenas se formavam e a caixa começava a se sentir vazia demais, reclamava-me alto nos ouvidos e eu sempre tentava acalmá-la, buscando limpá-la, abrindo todos os seus compartimentos e deixando a luz do sol entrar, algumas vezes até mesmo um pouco de chuva, para que se contrabalançassem as ideias de que há um infinito bom e um “para sempre” mau.
Essa caixa velha era e é meu despertador, minha confusão durante o dia, minha paz durante a noite. Confesso que em minha vida já joguei muita coisa fora, algumas caíram dentro da caixa, que insistia em guardá-las de forma tão apegada, outras coisas que joguei, literalmente caíram fora da caixa e essas sim, eu realmente esqueci.
Eu conheci uma guria incrível, tomei-a como a possibilidade nova de um novo caminho. Ela me sorriu, experimentou toda a minha vontade de tê-la ao meu lado e, por medo, fugiu. Não sei o quanto realmente me entristeci, mas teci novos caminhos. Conversei uma tarde inteira com a minha caixa velha. Expliquei-a o porquê das minhas limitações sentimentais, falei-a que um mundo sem amor é apenas um mundo sem qualquer adjetivo, porque do amor vem todos os adjetivos.
Aquiesci, rompi a barreira do som, cantei alto demais, a guria voltou. Quis e quer ficar. Eu quero me reestruturar, me assentar. Entrei na minha caixa velha e adormeci. Dei meu primeiro passo... Ao sair com cuidado, deixei uma foto da guria sorrindo lá dentro.